segunda-feira, 8 de novembro de 2010


Quando começamos as pequenas etapas da vida, aquelas em que somos realmente nós quem tomamos decisões sozinhos e sentimos que somos realmente capazes de o fazer, começamos também a conhecer pessoas novas. Eu aprendi que a amizade é algo que nos ajuda a enfrentar a solidão, que nos faz sentir úteis e que nos ensina a partilhar. Há sempre aqueles amigos mais importantes que os outros, aqueles que nós chamamos de "melhores amigos", que sabem tudo sobre nós e nos compreendem como ninguém. A amizade deles é inquestionável e torna-se essencial para a nossa sobrevivência porque contamos que eles estejam sempre lá, prontos para ajudar a qualquer hora do dia sem pedir nada em troca. Pensamos que somos tão importantes para eles como eles são para nós! Mas, as amizades também sofrem testes de resistência e cabe-nos a nós superá-los porque há sempre momentos em que nos separamos de algum deles e acabamos por ficar distantes, porque alguma coisa nos deixa sem tempo para nos dedicármos a um amigo como ele merece. Perdi uma amizade importante. Ainda não sei ao certo o que virá, mas estou a entender que tenho muito a aprender. A amizade foi-se. A mesma que algumas tardes vinha aqui, contava a sua intimidade e eu contava a minha. Olhamo-nos mas não nos vemos. Apenas nos cumprimentamos, talvez para não parecer mal. A confiança já não existe, instalou-se o desconforto para falar em certos temas e não há coragem para admitir os erros. Assim, a amizade que antes julgávamos essencial e inquestionável transforma-se num vazio que tentamos cobrir com o esquecimento. Hoje só quero ter a certeza que sei lutar por uma amizade e que todas aquelas que perdi não foi porque desisti de lutar mas sim porque lutava sozinha para que tudo se resolvesse...

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