quarta-feira, 9 de março de 2011



Fecha os olhos, e sente a distância que atravessa os nossos mundos mudos. Saboreastes o efeito devastador que a tua voz causa em mim? Entao vou trancar-te, na caixinha de segredos. Toda a magoa e toda a saudade que percorrem o meu corpo inanimado, sobrepuseram-se, migraram para o meu subconsciente e só agora, tanto tempo depois, vão dando ténues sinais de vida. Soprei-te ao ouvido. Sentiste ? Soprei-te uma letra, um verso mudo (...) então, quando esse sopro da palavra te chegar ao ouvido deixa que, no silêncio da noite, ele se esvaneça. Tu não vais entender, nem sequer perceber. Por mais que te falasse, nunca aceitarias o travo da minha boca a pronunciar-te letra a letra. Então, deixa-me segredar-te, num tom bem baixo, poder contar-te que de olhos fechados, tu deves sonhar. Porque os olhos funcionam por dentro, na essência das coisas, na lembrança da memória (...) aprendi a olhar o mundo cegamente.

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