
Um dia acordas e vês que tudo está diferente: abres a janela do teu quarto, inspiras o ar que vive lá fora e sentes-te feliz. Aquela lágrima que tanto teimava em cair já não aparece e tu estranhas. Corres para o teu jardim e deitaste sobre a relva molhada, olhas o céu e vês que aquela estrela lá em cima brilha, aquela que tinha o nome dele, a que falavas quando te sentias sozinha. Mas percebes que só ao olha-la é que te lembraste dele. Ninguém veio à tua mente involuntariamente. Já não sentes a falta, só sabes que existe a ausência; não te questionas, apenas deixas que tudo aconteça naturalmente; não choras, porque superaste e sentes-te bem contigo própria. A partir daí também sabes que o futuro ao lado daquela pessoa já não tem qualquer sentido. Já não aparece nos teus sonhos, o teu coração já não chama por ela, não te sentes sozinha quando estás sem ninguém. Esse dia, é o dia do esquecimento, o momento em que ultrapassaste o medo do teu maior fantasma. Demorou, não foi ? Mas passou assim como tudo na vida passa. Não há hora exacta, dia marcado ou data programada, apenas acontece e, a partir daí, toda a tua vida começa a ter sentido sem aquela pessoa no teu caminho. Não quer dizer que não te lembres dela, porque muito certamente vais lembrar-te, foi uma pessoa pela qual viveste, mas agora és livre, tens o coração cicatrizado e limpo para o tornares a abrir.
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