A verdade é que as pessoas vão embora da nossa vida. Vão num acto complexo, num acto instantâneo e consequente. A verdade é que nós não acreditamos que elas realmente voltem. E às vezes, (só às vezes), sofremos muito. Mas sofrer torna-se grande demais que achamos que já passou. Ou fingimos achar. Acabamos por desligar os fios que nos ligam ao coração, acabamos por conseguir silenciar todas as vozes que nos fazem lembrar de algo, de alguém; Acabamos por nos renegarmos porque sim, porque não... A verdade é que as pessoas vão embora. E vão embora porque quando entram nunca fecham a porta. Dizem-nos que é para conseguirmos ir ao terraço e ver as estrelas, dizem-nos que é para conseguirmos regar a nossa árvore, as nossas flores, mas não é. A verdade é que as portas ficam abertas, porque sim, mas elas acabam por se fechar. Acabam por se fechar quando nós as queríamos abertas.
Quando a porta fica aberta e nós temos alguém a desenhar nas paredes da nossa casa, queremos fecha-la mas as pessoas dão-nos a confiança e a segurança que ninguém nos pode assaltar aquilo que é realmente nosso, realmente verdadeiro. Mas a verdade é que não é assim. Elas deixam a porta aberta porque um dia vão querer ir ao terraço e o mundo que construíram na nossa vida vai parecer pequeno, minúsculo até, em relação ao mundo lá fora.
E numa noite, em que a lua nos olhe com olhos tristes e se esconda, nessa noite , em que o nosso coração dorme com a nossa alma, todos os quartos de hóspedes vão ficar vazios, sem bilhetes, sem cheiros. A verdade é que quando as pessoas vão embora, nunca nos avisam previamente. Deixam-nos simplesmente as memórias pela casa. E quando nós vamos ao terraço , o baloiço da árvore da amizade está vazio, a lua está metade cheia, metade vazia e nós sentado num recanto da casa ouvimos a porta fechar. O nosso coração criou uma barreira. Fechou-se ao contacto com um mundo, e fechou-se. As janelas cobriram-se com panos escuros, a campainha avariou e a nossa casa, a nossa casa está ali. Um dia recomeçará a vontade de sair à rua, e de construir algo novo. Mas , quando fomos ao terraço, uma última vez, sentimos-nos demasiado pequenos. Não era o nosso mundo que era pequeno, éramos nós: Pequenos.
Quando uma porta fecha, vamos querer partir uma janela. A necessidade de respirar torna-se superior à de ficar à espera(..)
(..)dedicado a Pi Alves
Quando a porta fica aberta e nós temos alguém a desenhar nas paredes da nossa casa, queremos fecha-la mas as pessoas dão-nos a confiança e a segurança que ninguém nos pode assaltar aquilo que é realmente nosso, realmente verdadeiro. Mas a verdade é que não é assim. Elas deixam a porta aberta porque um dia vão querer ir ao terraço e o mundo que construíram na nossa vida vai parecer pequeno, minúsculo até, em relação ao mundo lá fora.
E numa noite, em que a lua nos olhe com olhos tristes e se esconda, nessa noite , em que o nosso coração dorme com a nossa alma, todos os quartos de hóspedes vão ficar vazios, sem bilhetes, sem cheiros. A verdade é que quando as pessoas vão embora, nunca nos avisam previamente. Deixam-nos simplesmente as memórias pela casa. E quando nós vamos ao terraço , o baloiço da árvore da amizade está vazio, a lua está metade cheia, metade vazia e nós sentado num recanto da casa ouvimos a porta fechar. O nosso coração criou uma barreira. Fechou-se ao contacto com um mundo, e fechou-se. As janelas cobriram-se com panos escuros, a campainha avariou e a nossa casa, a nossa casa está ali. Um dia recomeçará a vontade de sair à rua, e de construir algo novo. Mas , quando fomos ao terraço, uma última vez, sentimos-nos demasiado pequenos. Não era o nosso mundo que era pequeno, éramos nós: Pequenos.
Quando uma porta fecha, vamos querer partir uma janela. A necessidade de respirar torna-se superior à de ficar à espera(..)
(..)dedicado a Pi Alves

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