Sentir é algo tão diferente, que por vezes, nós não queremos mostrar-lo. Por vezes, os nossos são polidos a felicidade, para que ninguém neles, possa entrar mas em certas alturas, vemos que é tão forte, aquilo que nos consome, que já não dá mais para esconder. Os nossos olhos, fumegam de lágrimas, de um brilho tão intenso, quase como o de estado febril e estamos nesse estado, num estado de febre intensa, de tristeza, de vazio. Os nossos olhos, nunca mentem, o corpo pode mentir, as palavras podem enganar, os sorrisos podem surgir, mas o olhar, é o nosso verdadeiro espelho. Nem sempre nos sentimos com capacidade para olhar de frente, porque quando o fazemos, sentimos sempre o impulso de negar, de fugir.
Corremos o risco que entrem em nós, e aí, verão que pusemos demasiado de nós, num simples olhar verde, azul, castanho, acinzentado; pouco importa, os olhos não são bonitos, pela cor que têm mas sim por aquilo que dentro deles existe. Por aquele canal tão profundo, que de repente é um escorrega à chuva.
O olhar, é mesmo isso., permite que qualquer pessoa, saiba e aprenda a entrar em nós. Por vezes, é mais difícil, quando pulem os olhos e não permitem esse acesso, tão restrito, outras vezes, guardam a tristeza noutros sítios, noutros momentos, e é mais difícil encontrar-la.
Há ainda quem o sinta, ou quem queira esconde-la, quem se oferece e nos sussurra ''eu guardo-ta, mas agora , sê feliz.''
Hoje, percebi que quando ouvi certas palavras, alguém a guardou a alguém. No final da manhã, já só se ouvia :
''Hoje, o cão está tão triste...''
E lá estava ele sorrateiro, a sorrir só para nós e a dizer que o segredo, estava bem guardado.
Por vezes, não são as grandes pessoas , os grandes seres que fazem as coisas parecer enormes. São sim, as pequenas coisas, que fazem os seres serem mais do que aparentam .

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